sexta-feira, 10 de abril de 2015

Colegiado Estadual de Teatro: à FCMS

COLEGIADO SETORIAL ESTADUAL DE TEATRO DE MS

Campo Grande/MS, 27 de março de 2015.


“A utopia está lá no horizonte. 
Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. 
Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. 
Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. 
Para que serve a utopia? Serve para isso: 
para que eu não deixe de caminhar”. 
(Eduardo Galeano) 




À Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS)
Secretaria de Estado de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação.
Sr. Presidente da FCMS e Secretário da SCTEI Athayde Nery, 

        Nós trabalhadores/as profissionais do Teatro do Estado de Mato Grosso do Sul, reunidos no 2º Seminário Estadual de Teatro – Boca de Cena, realizado na Capital entre os dias 24 e 27 de março/2015, acreditamos que na relação entre o nosso trabalho e o público está a força motriz que impulsiona nossa criação. Somos pessoas comuns, igual a qualquer cidadão e cidadã que exerce seu ofício com honra, respeito e ética, neste sentido, reforçamos a ideia de que a arte seja democratizada com transparência às políticas públicas.

     Hoje, ao concluirmos mais uma etapa do nosso processo de formação e organização enquanto classe artística deste Estado e País, após 04 dias de intenso debate, convivência e trocas entres os grupos teatrais do MS, reforçamos que a ação teatral se torna imprescindível à emancipação humana e que o teatro segue em resistência e em oposição à lógica de mercado, pois é no contato de sua ação com o público que está o material e o ambiente que torna possível nós, artistas e público, repensarmos cotidianamente, nossas práticas, nossos erros e aprender com eles, pois o teatro deve ser encarando como algo maior e mais importante que um simples entretenimento. A nós artistas cabe garantir que a arte teatral mantenha sua relevância histórica.

      Nestes dias, dentro dos debates realizados, e como um dos objetivos do 2º Seminário de Teatro – Boca de Cena, os e as artistas do Estado, constituíram o Colegiado Estadual de Teatro, e é por meio desta organização que apresentamos os seguintes encaminhamentos e reflexões da classe organizada:

a) Mapeamento dos artistas e grupos de teatro do MS, por meio do colegiado de teatro e da Fundação (ou os próprios municípios), em prazo estabelecido junto ao colegiado estadual;

b) Mapeamento dos equipamentos culturais abertos e fechados (públicos e privados);

c) Capacitação dos grupos do estado para elaboração de projetos;

d) Encontro Estadual de Teatro ainda no segundo semestre deste ano;

e) Boca de Cena: 

- Que seja descentralizado, sendo realizado em outras cidades do Estado; 
- Ampliar os dias da permanência dos grupos nas cidades percorridas pelo circuito, por exemplo, para 03 dias, estabelecendo intercâmbio com os grupos locais;
- Não apenas apresentar, estimular a formação local;
- Que a produção do circuito seja feita também por grupos locais, não somente com apoio das prefeituras e que tenha recursos para os grupos que atuarem na produção;

f) Fomento de cursos, oficinas, intercâmbios entre os grupos do Estado;

g) A FCMS propiciar a comprovação da atividade teatral de artistas das cidades do interior do MS, por meio de certificados, declarações etc, visto que para retirar o DRT em muitos locais a mídia não colabora com matérias referendando o trabalho, nem as prefeituras locais.

h) Reavaliar todos os editais da FCMS, principalmente o FIC, o Circuito Sul-mato-grossense de teatro, festivais e o Prêmio Rubens Correa, garantindo que de fato seja um prêmio e não um convênio;

i) Que a municipalidade tenha editais distintos, e não mais concorra nos editais já existentes, garantindo recursos separados.

j) Criação de um sistema de avaliação de projetos, que tenha seu início com a comissão dos pareceristas, um segundo momento com o acompanhamentos do desenvolvimento do projeto, e o terceiro momento a avaliação dos resultados, numa ideia de investimento e acompanhamento (que pode ser feito pela FCMS, por exemplo). 

k) Que as avaliações de seleções de projetos priorizem a qualidade dos trabalhos desenvolvidos, e não somente o curriculo acadêmico dos artistas envolvidos nas propostas de projetos. 

l) Prever recursos para o acompanhamento dos projetos;

m) Detalhamento dos recursos de administração, pois segundo o conselho de cultura, foram utilizados somente 50% do que se tinha destinado a este campo, é preciso ser descriminado.

n) Desburocratização dos editais e convênios, já que é excessiva a quantidade de documentos solicitados inviabilizando o desenvolvimento do trabalho;

o) Criação de um PROAC (Programa de Ação Cultural/MS) em conjunto com o Colegiado Estadual de Teatro;

p) Inserção do Boca de Cena na agenda estadual;

Estes encaminhamentos seguem para serem dialogados com esta fundação, no intuito de que sejam garantidos e respeitas a demanda da classe teatral do Estado.

Seguimos na construção coletiva e na ideia dialógica e de transformação social que a arte proporciona.

Atenciosamente, 

Colegiado Estadual de Teatro de Mato Grosso do Sul





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